COMPANHEIROS DE JESUS
Bem vindos à seção do GT "Companheiros de Jesus"!
O GT “Companheiros de Jesus” é formado por estudantes do curso de letras da Universidade Federal de Sergipe-UFS, campus de Itabaiana, participantes do projeto "O Uso do blog como ferramenta à produção e divulgação de conteúdos literários". O nome do grupo é uma referência à Companhia de Jesus, a ordem dos padres jesuítas, fundada em 1534 por Inácio de Loyola, e ao seu protagonismo na missão civilizatória que teve lugar no Brasil, nos primórdios da colonização portuguesa. Contamos com a sua interlocução e, desde já, agradecemos o compartilhamento das nossas produções.

GRUPO DE TRABALHO
NOSSAS PRODUÇÕES
Abaixo, disponibilizamos links para os nossos vídeos, divididos em duas partes: na primeira, encontram-se videoaulas sobre o Padre jesuíta Manuel da Nóbrega e sua importância decisiva ao estabelecimento da missão jesuítica nos primórdios do Brasil colônia; e, na segunda, vídeos contendo uma leitura dramatizada de exemplares das três principais vertentes da obra do poeta barroco baiano Gregório de Matos Guerra.

LEITURAS COMPARTILHADAS
Aqui você encontra o link para vídeos contendo comentários e performances de poemas das principais vertentes temáticas dam obra do poeta Barroco baiano Gregório de Matos Guerra

Sátira a um desembargador
que prendeu um inocente
e soltou um ladrão
Senhor Doutor, muito bem-vindo seja
A esta mofina e mísera cidade,
Sua justiça agora e equidade,
E letras com que a todos causa inveja.
Seja muito bem-vindo, porque veja
O maior disparate e iniquidade,
Que se tem feito em uma e outra idade
Desde que há tribunais e quem os reja.
Que me há de suceder nestas montanhas
Com um ministro em leis tão pouco visto,
Como previsto em trampas e maranhas?
É ministro de império, mero e misto,
Tão Pilatos no corpo e nas entranhas,
Que solta a um Barrabás e prende a um Cristo.
O poeta muda o soneto pela terceira vez.
Discreta, e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
E na rosada face a Aurora fria.
Enquanto pois produz, enquanto cria
Essa esfera gentil, mina excelente
No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais fina pedraria.
Gozai, gozai da flor da formosura,
Antes que o frio da madura idade
Tronco deixe despido, o que é verdura.
Que passado o zenith da mocidade,
Sem a noite encontrar da sepultura,
É cada dia ocaso da beldade.
Inconstância dos bens do mundo
Nasce o Sol e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

Contemplando nas cousas do mundo
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.